Óculos e livros

Autor (a): Mary E. Pearson

Editora: Darkside Books

Ano: 2016

ISBN: 9788566636864

"Algumas coisas eram mais fáceis de ver de longe do que quando estão bem debaixo do nosso nariz."

Arabella Celestine Idris Jezelia, primeira filha da casa de Morrigan, teve seu casamento arranjado. Cada novo ritual, cada dia a menos até a data de seu casamento, está deixando Lia tensa, tem apenas dezessete anos e é obrigada a casar com alguém que nunca viu. Ela mandou um bilhete a seu noivo, pedido que se encontrassem para que pudessem se conhecer melhor, mas teve seu pedido negado.

A primeira filha possui um dom, porém o de Lia ainda não se manifestou, apesar dos boatos de que ela pode prever o futuro. E, tenta usar isso para adiar ou até mesmo cancelar o casamento. Sua mãe a ignora e segue com os preparativos. Lia planeja fugir, sabendo que é arriscado e que corre o risco de ser condenada a morte se for capturada.

Com a ajuda de Pauline, sua melhor amiga, no dia de seu casamento foge. Antes de sair de casa, mexeu nas coisas do conselheiro de seu pai e levou consigo um livro escrito em outro idioma. Elas sabiam que não teriam tempo para paradas, então trocaram de cavalos e se alojaram num vilarejo chamado Terravin, lá tentaram se disfarçar e agir como plebeias.

O que elas não sabem é que o reino inimigo não quer que a aliança entre os reinos seja concretizada e envia um assassino para matar a princesa. O príncipe (abandonado haha) também sai em busca de sua noiva, e ao contrário do assassino não sabemos qual a motivação que o levou a ir atrás dela. Ambos chegam ao mesmo tempo em Terravin, Lia não faz a mínima ideia de que eles estão à sua procura, e por estar habituada aquela nova vida, não nota os sinais. Qual será o futuro da princesa?

"E se a gente não pode confiar em uma pessoa no amor”, acrescentei, “não se pode confiar nela para nada."

Primeiro de tudo, gostei desse livro, mesmo ele me deixando super confusa e a autora dando um monte de pistas falsas. Só que tenho um grande problema com livros no hype. Tento controlar minhas expectativas, porém a enxurrada de comentários positivos dificultou bastante. E, assim, é um livro que quando estava lendo e super empolgada, não conseguia largar. Mas, se eu precisasse parar a leitura por algum motivo, quando retornava não era mais o mesmo ritmo, isso me frustrou um pouco.

Por ser uma princesa, ter sido criada em berço de ouro, achei que fosse encontrar alguém mimada, fútil e me deparei com alguém corajosa e que se encaixou melhor ao estilo de vida simples do que ao reinado. Lia tem um enorme peso sobre si, não é só a vida dela que estava em risco e apesar de não concordar com a decisão dela de criar raizes num determinado local, se saiu bem, soube como se camuflar aquele vilarejo. Analisando a história dela, sinto que vem coisa grande por aí, Lia foi destinada para a grandeza.

Pauline tem uma história muito interessante, estou curiosa em relação ao futuro dela, acredito que não será nada fácil e quero ver como a Mary vai desenvolver essa personagem.

Acertei de cara quem era o príncipe e quem era o assassino. Não vamos levar em consideração quantas vezes mudei de ideia depois porque a autora brinca muito com a mente do leitor. Devo dizer que ambos vão cativar o leitor, na minha opinião tem um que se sobressai e cai de amores por ele <3. 

A parte fantástica está excelente, contudo considero que foi fraco na apresentação da fantasia, fiquei com muitas dúvidas e algumas coisas não ficaram tão claras assim. Por ser o primeiro, relevei um pouco essa questão e espero que no segundo tudo seja esclarecido. O que me agradou foi essa pegada reinado medieval, não leio muito esse tipo de história, no entanto achei muito interessante e logo nos primeiros capítulos fica subentendido que muitas tretas acontecerão.

O livro tem romance, isso não é foco da história, todavia deixa a história mais intrigante, porque Lia acaba se envolvendo com os dois. Achei o envolvimento entre eles moderado e nem um pouco forçado, é mais como imãs se atraindo. O engraçado é quando a verdade sobre quem é quem é revelada, Lia se sente traída e o príncipe também haha, pois meio que existia uma amizade entre o assassino e ele.

The Kiss of Deception é uma abertura sutil para um universo que impressiona e provoca curiosidade. Os personagens são marcantes, tem um bom desenvolvimento e aproveitamento no desenrolar da história. A escrita da Mary tem uma fluidez, uma leveza que torna a leitura agradável.

Beijos e até o próximo post!

Autor (a): Leisa Rayven

Editora: Globo Alt

Ano: 2017

ISBN: 9788525064684

"Todos nós temos questões que estamos tentando superar, senhorita Tate. Todo mundo quer se sentir especial, a gente admitindo ou não. É amar sem limites, nos permitindo ser amados de volta, é o que dá sentindo à vida. Ou, pelo menos é o deveria dar."

Eden Tate é jornalista, por conta do uso cada vez maior das redes sociais como forma de obter notícias, está escasso os trabalhos que valem a pena. Sendo assim, ela é obrigada a ficar num emprego que não gosta e inferior ao seu pontencial, além do que é muito difícil encontrar um novo emprego.

Eden mora com sua irmã mais nova, Asha. Num café da manhã conversavam a respeito de Mr. Romance, um homem misterioso que é pago para realizar as fantasias das mulheres. Ela achava isso ridículo, se perguntava porque as mulheres estão disposta a gastar tanto dinheiro com um mentiroso. Pensando em como está insatisfeita com seu trabalho, pensa em usar isso como uma matéria e assim tentar alavancar sua carreira, só precisa agora encontrar o misterioso — e muito difícil de encontrar — Mr. Romance.

Com a ajuda de Toby, amigo e colega de trabalho, ela consegue acessar a papelada de "inscrição", por não ter os mil dólares cobrados inicialmente, conversar com seu chefe a respeito da matéria, solicitando ajuda. Felizmente, consegue o que precisa e coloca em prática sua missão, descobrir a real identidade do Mr. Romance e tentar descobrir quem são suas clientes. Porém, ele se recusa a tê-la como cliente, o que fará Eden recorrer a outros métodos.

No meio disso, conhece Kaden, um homem deslumbrante e que a deixa balançada em tão pouco tempo que o conhece, mas, acredita estar se apaixonando, até descobrir quem ele é de verdade. Seu encanto se transformar em choque. Mr. Romance lhe oferece uma experiência totalmente gratuita, desde que Eden não revele a identidade de suas clientes. Não era isso que ela esperava, porém não deixará essa chance escapar.

"— Sim, você conhece. — A certeza na voz dele me surpreende. — Você me conhece melhor do que gostaria. E é esse o problema, não é? Você está procurando um motivo para não gostar de mim. Pra continuar acreditando que meus métodos são imorais, porque sempre que você está comigo, você fica morrendo de medo de como eu faço você se sentir. Eu notei isso todas as vezes que te toquei ontem à noite, e posso ver agora também."

Falam muito bem dos livros da Leisa. Minha curiosidade já estava explodindo e aí lançaram esse livro, corri para ler e devo dizer que fiquei um pouco decepcionada. A escrita da autora é realmente tudo o que dizem é para mim foi o ponto alto do livro, no entanto esperava mais, bem mais do livro.

Eden tem problemas para acreditar no amor, ela é cinica ao extremo e no decorrer da história será confrontado diversas vezes sobre esse cinismo. Admiro a forma como ela luta para não se resignar, quer algo melhor e batalha por isso, não se deixa abalar por qualquer coisinha, é persistente e teimosa em medidas iguais, acho que é justamente isso que faz os leitores se conectarem com ela. Além disso, ela é a maior colecionadora de dates ruins, e essa é outra coisa que gostei no livro, a autora não colocou uma virgenzinha inexperiente na história (nada contra virgens, mas estou saturada desse tipo de mocinha).

Mr. Romance é delicioso, romântico, atencioso e todas as características que procuramos num homem, contudo não conseguir sentir uma ligação com o personagem. Ele é bacana, okay, só que não me arrebatou. Provavelmente, você leitor (a) poderá fazê-lo por mim.

Personagens secundários que sem sombra de dúvidas roubaram a cena: Toby, Asha, Nan (a avó de Eden) e Moby (a pata com nome de pato). Toby é aquele boy geek super pegável, além de um ótimo amigo. Asha é a amiga doida que todo mundo deveria ter. Nan tem os melhores conselhos do mundo. Moby é sensacional! Morro de rir só em lembrar a cena do lago.

O romance terá toda aquela complicação que deixará o leitor em suspense até o desfecho. Eden tem um trauma passado que a mantém afastada do amor e do romance, já Max (Mr. Romance) é mais aberto ao sentimento (na minha opinião aberto até demais haha). É legal ver como o relacionamento dele vai sendo desenvolvido, e apesar de a relação acontecer em um curto espaço de tempo, é algo convicente, o leitor acredita neles.

Porque me decepcionei? O livro é uma mistura de hot + new adult + chick-lit, estava na espera de algo surpreendente e acabei lendo algo divertido, com uma escrita muito boa, todavia com fatos previsíveis. Fiquei com medo em relação ao final do livro, confesso. Graças aos céus, a autora preferiu manter o que a Eden tanto prezava. Enfim, não achei o livro "tudo isso". Entretanto, ainda assim, é uma leitura válida.

Mr. Romance é um livro divertido e leve de se ler. A história é cativante e convida o leitor a descobrir mais. Os personagens têm histórias bem complicadas, fazendo com que torcemos para que consigam superar as dificuldades. É um livro que fala muito sobre o amor e suas nuances, sobre o quanto nos causa medo se entregar a um sentimento tão poderoso, mas como pode ser cartático e trazer felicidade mergulhar nisso.

Beijos e até o próximo post!

Autor (a): Cynthia Hand

Editora: Darkside Books

Ano: 2016

ISBN: 9788

"Parece que uma cavidade enorme se abre entre a terceira e quarta costela do lado esquerdo, um rombo por onde se poderia ver o assento de vinil do ônibus por trás dos meus ombros. Machuca, e meu corpo inteiro fica tenso de dor, e minha mandíbula trava e meus punhos se cerram, e o ar congela em meus pulmões. Nessa hora, tenho a sensação de que posso morrer. De que estou morrendo. Mas, então, tão de repente quanto surgiu, o buraco desaparece. Eu consigo respirar. Tento engolir, mas minha boca está seca.

O irmão mais novo de Alexis, o Tyler, cometeu suicídio. Ninguém sabe o porquê e o único bilhete que deixou dizia "desculpa, mãe, mas eu estava muito vazio". Ela tenta encontrar alguma resposta que seja aceitável, um completamente que mudou, algo que deixou passar. Os pais deles se separaram, Tyler não tinha um bom relacionamento com o pai, principalmente porque a mãe teve que trabalhar dobrado para sustentar a família, enquanto que o pai tinha uma vida boa com a nova esposa.

Antes do suicídio, Alexis era uma aluna excelente, só tirava notas boas e sonhava em entrar no MIT (universidade), tinha um grupo grande de amigos e namorava Steve, por quem não esperava se apaixonar, mas acabou acontecendo. Depois que Tyler morreu, ela se afastou dos amigos e terminou o namoro. Por fora agia como se nada estivesse errado, por dentro estava enlouquecendo, começou a ver Tyler e desejava desesperadamente uma resposta para a morte do irmão.

A mãe dela marcou consultas com um terapeuta, a princípio Alexis reluta em ir, não entende porque precisa fazer isso, quando está perfeitamente bem e na verdade quem deveria ir era sua mãe, que mal levanta da cama.

A primeira consulta é esquisita, ela não sabe o que falar e tem coisas que não quer dizer para não ser taxada de louca. Seu terapeuta a aconselha a escrever uma espécie de diário, ela pode escrever o que quiser e quando quiser, desde que o que escreveu seja dedicado a alguém. Apesar de não encontrar as palavras no começo, com o tempo as coisas vão fluindo e mais coisa vão sendo acrescentaras ao diário, assim Alexis nos conta sua história.

"O perdão é confuso, Alexia, porque, no fim, tem mais a ver com você do que com a pessoa que está sendo perdoada."

Esse livro é especial para mim por dois motivos, 1) o assunto suicídio foi trabalhado com muito cuidado e sem romantização e 2) li junto com meu bff, então a todo momento "trocávamos figurinha" sobre o que estávamos achando da história, foi uma experiência extraordinária. O livro foi muito mais do que eu esperava, ainda não tenho certeza se irei conseguir passar para vocês tudo o que senti durante a leitura, mas, prometo tentar.

Acreditei que o livro fosse retratar a vida de Tyler e de certa forma tem um pouco disso também, porém o livro será sobre Alexis. O que ela está sentindo, como o suicídio afetou-a e como lidará com isso. É muito difícil para ela não ter mais o irmão por perto, se sente culpada, sozinha e não sabe como lidar com o turbilhão de emoções que lhe acertam de todos os lados. Mesmo sendo um período complicado, isso servirá para o amadurecimento dela, porque enquanto procura uma resposta para a morte do irmão, encontrará respostas sobre si mesma.

Sempre achei escrever terapêutico, funciona melhor para mim do que terapia. Sendo assim, super me identifiquei com essa parte da história. Além do que, nas partes em que lemos o diário da Alexis, isso nos aproxima da personagem, é como olhar dentro da mente e do coração dela. Nós sentimos sua dor, sua perda, sua tristeza, é emocionante, mas, também nos ajuda a lidar com nossos próprios sentimentos.

A temática desse livro é difícil, complexa. Entretanto, Cynthia escreveu com muito cuidado e sensibilidade, demonstrando propriedade sobre o assunto e de uma forma muito honesta, se você acha que encontrará uma resposta simples para o suicídio, aconselho que leia sobre outros assuntos, pois não tem nada de simples. A resposta é justamente encontrada no post-it, o vazio! O livro não é sufocante ou angustiante quanto outros que falam sobre o assunto, mas não aconselho a todo mundo, por causa dos gatilhos, pode ser uma leitura difícil para quem está enfrentando uma situação parecida.

Um dos vários pontos positvos no livro é que, logo de cara nós sabemos o que aconteceu, Tyler se suicidiou, só que Alexis começa a procurar explicações e novas coisas sobre a vida dele vai aparecendo, deixando o leitor ansiando oelo o que mais pode surgir. E, isso deixa a leitura muito mais rápida, o que aliado a uma narrativa fluída e uma escrita leve tornar a leitura muito mais prazeroso.

O último adeus é um livro que fala sobre sentimentos de uma maneira tocante e honesta. É um livro que tem um excelente desenvolvimento, uma construção impressionante e personagens humanos e falhos. Amei tudo sobre esse livro, chorei, em alguns momentos sorri, mas ao terminar de ler a sensação que ficou foi de tranquilidade.

Beijos e até o próximo post!

Autor (a): Jennifer Echols

Editora: Pandorga

Ano: 2011

ISBN: 9788561784034

"Ninguém suspeitaria que a namorada do astro do time de futebol estava começando a gostar do rapaz que tinha ido para o reformatório. E o rapaz que tinha ido ao reformatório não estava devolvendo o favor."

Zoey tinha uma vida perfeita, morava com os pais, ia bem na escola e participava do time de natação. O pai dela é o dono de um clube e ela começa a trabalhar lá, e é também quando começa suas desconfianças de que seu pai está traindo sua mãe ganham força, suas suspeitas se revelam verdadeiras, mas teme que se contar a mãe, sua família será destruída e não deseja isso, então se cala. 

No dia em que a mãe dela descobriu, a discussão foi feia, não querendo presenciar mais disso, Zoey vai até a praia. Não notou os sinais de que nadar naquele momento poderia ser perigoso e passa por uma situação de afogamento, no começo ela pensa em deixar que isso aconteça, deixar seus problemas para trás, contudo ao lembrar como isso seria doloroso para sua mãe, ela luta contra a maré e consegue escapar.

Pouco depois seus pais se separam. Sua mãe vive deprimida e ela é obrigada a ver o pai fazendo de tudo para que sua namorada grávida tenha tudo o que precisa, enquanto Zoey sozinha precisa lidar com tudo, pagar as contas, manter a casa limpa e ainda ser uma ótima estudante.

Sua vida está de cabeça para baixo, como se não fosse suficiente, sofre um acidente de carro e perde a memória sobre o que aconteceu. A única pessoa que sabe o que houve é Doug Fox, seu colega de natação e alguém pouco sociável. Por ser a lua-de-mel de seu pai, Zoey é pressionado a falar se está com amnésia ou não. Não querendo mais conflitos com o pai, diz que está ótima e ficará sozinha em casa, tentando lembrar o que aconteceu e o que fazia com Doug Fox na noite do acidente.

"Eu sabia exatamente o que você tinha feito. Conheço esse sentimento. Você tinha de fazer alguma coisa. Você tinha de mudar algo radicalmente, porque não poderia ficar como você é por mais um segundo, ou explodiria."

Quando comprei e até no começo da leitura, não sabia do que essa história iria falar, não gosto de ler sinopses e esse livro não é muito conhecido por aqui, pouquíssimas pessoas leram (de acordo com o skoob), eu estava no escuro. Por não saber do que se tratava, minhas expectativas estavam baixas, para mim seria outro YA gostosinho de ler, porém não foi bem assim.

Zoey se mostra alguém legal e fácil de lidar, apesar de ser uma adolescente, lidou muito bem com os problemas que estava enfrentando, gostaria que ela tivesse essa maturidade quando se tratava de garotos, mas não posso julga-lá, já que era inexperiente em romance e é uma adolescente — ou seja hormônios em polvorosa. Ainda assim, consegui me conectar com ela.

Doug se tornar muito importante para o desenrolar da história, por ser o único que sabe o que aconteceu. Porém, apesar de passar uma imagem de fofo/boy que quero levar para casa, ele lidou mal com a questão do acidente, mesmo Zoey tentado esconder a amnésia, ela deixava escapar algumas coisas e mostrou não estar 100%, ao invés de abrir o jogo, ele deixou que ela lidasse com isso sozinha ou que lhe pedisse ajuda.

O relacionamento deles é complicado, porque existia uma história antes de toda confusão. Rola boatos na escola de que Doug foi preso, no entanto Zoey não procurou saber se era verdade ou não e se afastou dele. O motivo do afastamento dela não teve relação com os boatos, mas deixou essa impressão em todo mundo, inclusive no leitor que depois fica sabendo da história completa. Eu enxergo o relacionamento deles como antes e depois do acidente. O antes é horrível, cheio de maus entendidos e um clima de desconforto entre eles, o depois é eles mais maduros, sabendo lidar melhor com a situação.

A narrativa do livro é toda pelo ponto de vista da Zoey, então é confuso, lento e em alguns momentos se torna arrastado no início por não sabermos que ela está sofrendo de amnésia. A história se baseia no acidente, basicamente tudo gira em torno de saber o que realmente aconteceu. Não achei a descoberta satisfatória, achei até previsível e eu esperava por algo maior e que tivesse impacto, pois tudo ficava voltando para o acidente. A autora focou tanto no "mistério", que não desenvolveu outras questões levantadas no decorrer da história, como por exemplo os dramas familiares, para mim isso foi a parte negativa do livro.

Foi uma leitura que me prendeu, ainda que eu tenha algumas ressalvas e fui cativada pelos personagens. Uma leitura divertida, rápida de ler e que achei incrível como a autora conseguiu passar a confusão da Zoey para o leitor. Não é uma leitura fantástica, no entanto também não é ruim ou chato de ler, é ótimo para entreter.

Beijos e até o próximo post!

Autor (a): Babi A. Sette

Editora: Verus

Ano: 2017

ISBN: 9788576866176

"... com isso o coração está aprendendo uma valiosa lição: a de reconhecer quando surgir a pessoa certa."

Elizabeth Harold é a terceira filha de cinco irmãos e a primeira filha de um Conde. Tinha dezessete anos em sua primeira temporada de bailes, e apesar de nunca ter sonhando com o casamento, não era contrária à ideia caso conhecesse alguém que balançasse seu coração. E, ela acabou conhecendo o Lorde Henrique Devonport e se apaixonando perdidamente. Infelizmente, o que descobriu sobre ele minou todas as possibilidades e Lizzie se fechou para o amor.

Era o ano de 1867, Lizzie deveria participar de seu terceiro baile, mas não estava bem um pouco animada, já que sabia que não se casaria, somente a mãe dela sabia os reais motivos por trás das oito recusas de casamento. Conde Harold (pai dela) não fazia ideia e continuava insistindo para que participasse.

Toda a família Harold sempre gostou muito da cultura celta, mesmo sendo ingleses, e Lizzie é a mais entusiasmada sobre o assunto. Ela fez amizade com Lígia Campbell, filha de um Lorde escocês, que a convidou para passar uma temporada em terras Highlanders, isso sempre foi o sonho de Lizzie. 

Sua carruagem foi assaltada no percurso até lá e ela foi deixada desmaiada no meio do nada. Tudo estava muito confuso na cabeça dela ao acordar, ainda assim ela reuniu força para continuar seguindo em busca de ajuda. Ela não sabe exatamente como conseguiu encontrar o lendário castelo de Mag Mell. O que encontrou ou melhor quem encontrou lá não foi bem o que esperava, e Gareth MacGleann, líder do clã MacGleann, irá provar que surpresa será pouco para o que ainda virá pelo futuro.

"— Minha filha... se há algo que a vida me ensinou é que nós não podemos nos culpar pelos aos dos outros, mas podemos escolher como reagir diante daquilo que nos acontece. Quase nunca é uma escolha fácil, mas sempre é corajosa."

Depois de anos, finalmente li algo da Babi. Li muitos comentários bacanas sobre seus livros e tinha curiosidade em conhecê-los. Recebi esse livro da editora, comecei a leitura no dia do evento de lançamento aqui em Recife. Quando sai de lá, devorei o livro de tão curiosa que fiquei com as opiniões que ouvi. O livro é bem diferente do que costumo ler, é um romance de época com um quê de histórico que envolve a cultura celta, resumindo incrível!

Lizzie tem uma liberdade que outras mocinhas do gênero não tem, ela tem uma família muito aberta a diálogos, que a compreende e não põe pressão (a não ser a avó dela). Ela é super curiosa, muito inteligente e tem um pouco de aventureira em sua essência. Seu interesse pela cultura celta é bem grande, me identifiquei com ela no aspecto de que, quando gosto de algo adoro fazer pesquisas, escrever e falar sobre.

Gareth é apaixonante! Eu uso muito essa palavra, eu sei! Entretanto, não consigo uma melhora para descrever esse personagem, ele é uma mistura de tudo de bom mais feito para casar. Nem tudo é flores na vida desse galã, pois é o responsável por todo o clã. Ao mesmo tempo que é uma posição importante, isso vem com responsabilidades que nem sempre são fáceis de lidar.

O romance será bem complicado. Orienta que no início ninguém quer assumir o que está sentido e depois quando decidem ficar juntos, um deles terá que abrir mão de algo muito importante. E aí, fica a questão de como lidar com uma situação dessa. Pois, de Lizzie aceitasse-o como seu marido, teria que morar no castelo para sempre e nunca ver sua família e Gareth teria que dar as costas para tudo que trabalhou e também sua família, caso quisesse fazer parte da vida de Lizzie e conhecer a família dela. Confesso que foi bem tenso ficar na expectativa para saber se ficariam ou não juntos.

Eu adorei conhecer um pouco mais da cultura celta, é algo tão mágico e que oie várias vezes foi interpretado de maneira errônea. Gostei de como a autora inseriu isso na história e de como apresentou, ficou natural e se encaixou bem com o enredo.

A escrita da Babi é encantadora, é o tipo de escritura na qual o leitor não sente a passagem do tempo é totalmente se conecta com a história e com os personagens.  A narrativa é convidativa, pois temos uma visão ampliada sobre tudo o que está acontecendo na história. O mais legal é que todo início de capítulo, há trechos do diário de Lizzie, o que aproxima não só da personagem, como do universo em que se passa a história.

O livro tem uma constância boa entre os gêneros, tem romance na medida certa, poucas cenas sensuais, porém muito belas e elaboradas, diálogos maravilhosos e cenas divertidas. A parte histórica serviu para pano de fundo do romance e ainda assim conseguiu roubar a atenção do leitor. Uma leitura extremante cativante.

Beijos e até o próximo post!

Autor (a): David Levithan 

Editora: Galera Record 

Ano: 2014

ISBN: 9788501047779

"Tenho vontade de dizer espero que sim, mas fico com medo de ser avançado demais. Sou capaz de flertar com os melhores, mas só quando não importa."

Paul tem um grande grupo de amigos e entre eles está o Tony. Tony, assim como Paul, é gay, mas sua família é cristã e não aceita de jeito nenhum a opção sexual do filho, além de limita-lo bastante. Para poder vê-lo, Paul finge ser namorado de sua melhor amiga, Joni.

O bairro onde moram é bem tranquilo em relação à comunidade LGBT, eles até tem um grupo de apoio que conversa com quem "saiu do armário" recentemente e com os familiares para ajudar na aceitação. A mãe de Paul sugere que ele peça ajuda aí grupo, para encontrarem uma solução para o caso de Tony, principalmente agora que eles enfrentam um mal entendido e os pais de Tony não deixa ele sair de casa.

Paul e os amigos costumam ir a uma livraria, em que as pessoas podem cantar ou tocar algum instrumento. Enquanto passeava pela sessão de auto-ajuda, ele conhece Noah. Logo de cara, rola uma atração, porém, Paul não quer parecer muito atirado e tenta disfarçar. No dia seguinte, Paul procura Noah em todos os lugares que consegue imaginar na escola, alguns de seus amigos o ajudam na procura, sem muito sucesso.

Quando eles se veem novamente, Paul logo arrumar uma jeito de não perdê-lo de vista. A cada dia a amizade se encaminha para algo mais, contudo, Noah alerta de que relacionamento é algo sério para ele, e Paul até concordar, só não esperava que Kyle, seu ex-namorado, fosse querer fazer parte da sua vida de novo. Paul se vê diante de um dilema, se dedicar para fazer o namoro com Noah dar certo ou ficar Kyle e correr o risco de se machucar (again).

"Encontro minha maior força em querer ser forte. Encontro minha maior coragem em decidir ser corajoso. Não sei se já tinha percebido isso, e não sei se Tony já tinha percebido, mas acho que nós dois percebemos agora. Se não houver sentimento de medo, não vai haver necessidade de coragem. Acho que Tony vive com esse medo a vida toda. Acho que agora ele o está convertendo em coragem."

Pegar algo do Levithan para ler é certeza de que vai adorar a leitura. Fazia um tempo que eu não lia nada dele e estava sentindo falta, peguei esse livro para ler uma época que estava atolada em coisas para estudar, e essa leitura serviu para dar uma aliviada na minha mente e provavelmente me dar mau em História, li grande parte do livro nessa aula haha.

É difícil falar dia personagens de modo como costuma fazer, porque são muitos personagens, gostei da maioria deles e até os secundários me chamaram a atenção, pois são cativantes. O legal deles é a representatividade, é impossível não se identificar com eles, com o que estão passando e com o que estão sentindo. Além disso, não importa se você é branco, negro, azul, gay, transexual, lésbica, hétero ou o que seja, David consegue fazer com que o leitor se sinta próximo, como se também pudesse fazer parte da história. Eu achei incrível!

Os romances nesse livro vai de esperado a inesperado, como YA de respeito (haha), o livro tem todo aquele drama de ser adolescente, será que fulano gosta de mim? Não achei chato, mimizento ou dramático demais, inclusive achei que tornou a leitura ainda mais viciante, pois fiquei na expectativa de saber se o casal para quem torcia, ficaria junto ou não.

Dentre os vários assuntos que são abordados no decorrer da história, o que mais atrai atenção é o tema traição. O autor trabalhou esse assunto de uma maneira muito aberta e de modo que entendêssemos todos os lados envolvidos. Pasmem! Você consegue entender isso, acredito que por estarmos de fora da situação. David não diz que é certo o ato de trair, e sim explicou que muitas coisas podem levar alguém a fazê-lo e que não devemos deixar que as más experiências passadas nos façam se fechar para o amor.

A narrativa não é fluída, ela voa. Num momento você está na página cinquenta, pisca o olho e já está na cento e vinte, é surreal. Realmente é o tipo de história que suga o leitor da realidade e o coloca dentro do livro, não como observador, mas como personagem. David arrasa escrevendo. Ele tem uma sutileza, um domínio sobre o que está escrevendo que impressionam, e ainda gosta de trabalhar assuntos pertinentes de uma maneira delicada e sincera para um público adolescente. Então, como não amar seus livros?

Personagens bem construídos e desenvolvidos, uma narrativa leve e dinâmica, lições valiosas para levarmos conosco para o resto da vida, um autor fantástico e com uma escrita adorável. Garoto encontra garoto é uma leitura divertida, romântica, fofa é sensacional.

Beijos e até o próximo post!

Autor (a): Harlan Coben

Editora: Arqueiro

Ano: 2017

ISBN: 9788580417234

"Seja forte", foi o que lhe ocorreu. "Segure firme e vá em frente. E foi isso que ela fez."

Maya Stern conheceu Joe Buckett num baile beneficente, ela nunca se imaginou casando com um playboy, na verdade nunca pensou muito sobre relacionamentos, tudo era muito passageiro na vida dela, em grande parte por conta de sua profissão, Maya era capitã do exército. O que era apenas mais um final de semana de diversão, acabou tendo consequências, já que ela descobriu que estava grávida. Joe foi ótimo com toda a situação, a pediu em casamento e foram viver numa casa longe da família dele.

Um escândalo fez com que Maya fosse obrigada a pedir dispensa do exército, isso foi difícil para ela, que amava o que fazia. Quando ainda estava trabalhando e durante uma missão, Claire (irmã mais velha de Maya) foi brutalmente assasinada. Mesmo triste, Maya seguiu em frente. Pouco depois do escândalo vir à tona e quatro meses depois que Claire foi morta, Joe foi assassinado com três tiros.

Por ser de uma família riquíssima, o caso ganhou muito destaque. Como esperado, a primeira culpada foi Maya, principalmente considerando que ela é uma atiradora de elite, mas, conforme o caso vai se desenrolando e novas evidências vão surgindo tudo fica confuso. Como Maya poderia ter matado o marido com três tiros, se poderia fazê-lo com apenas um?

Uma amiga de Maya lhe dá um porta retrato com uma câmera embutida. Dias depois, ela vê algo impossível, Joe vivo e brincando com Lily, filha do casal. Será a mente de Maya lhe pregando peças? Ou Joe está realmente vivo? A cada virar de pagina uma nova informação é revelada, o que de fato é real nessa história?

"Tinha uma relação ambivalente com o silêncio. Com todos os silêncios. Gostava deles ao mesmo tempo que os temia."

Fiquei animadíssima com o lançamento desse livro, tive a sorte de ganhá-lo num evento e não consegui esperar a vez dele chegar, passei na frente mesmo. A premissa do livro já é instigante adicione a isso detalhes, e detalhes importantes, receita de um bom suspense. Assim, eu esperava, porém, apesar de uma história curiosa, não estava satisfeita sabe, esperava por algo mais, sei lá. A leitura estava fluindo, mas eu queria algo que me chacoalhasse e meu pedido foi atendido. Titio Harlan não da ponto sem nó, ele conseguiu criar uma história frustante, em que tudo se voltava para um beco sem saída e no final deu o golpe de misericórdia. Que livro, meus leitores! Que livro.

Maya é uma boa mãe, uma boa capitã, contudo várias vezes me peguei  questionado se as decisões dela eram ideias. Ela perdeu a Irma e o marido, além de sofrer de TEMPT e não querer trabalhar seus tramas, e insistia na aparência de que estava bem e que não precisava de ajuda. Eu gostei do desenvolvimento que ela teve na história, foi aldo se deixar qualquer um de queixo caído, a Maya do "antes" e a do "depois" são completamente diferentes.

Como falei antes, eu estava com dúvidas em relação a gostar ou não do livro. Devo dizer que essa dúvida evaporou depois que finalizei a leitura. O que Harlan fez aqui foi de uma grandeza imensurável, me enganou bonitinho, por um momento achei que o mistério seja em torno de uma possível situação de bullying, todavia conforme a verdade nos foi sendo contada, fiquei surpresa, em choque e abismada com a capacidade de alguém de fazer tantas maldades.

Eu leio rápido, só que não queria terminar esse livro logo, queria realmente aproveite todas as emoções e sensações que só um romance policial dos bons proporciona. E, posso afirmar esse livro não é só bom, ele é incrível, sensacional. Mas, voltando ao que estava escrevendo, por mais que eu tentasse ler devagar, inclusive até quanto não estava 100% satifestia com o desenrolar, não conseguia largar a leitura. A narrativa em terceira pessoa, diferentemente de outros livros do autor toda a narração ficou mais voltada para a Maya. Fiquei intrigada com isso, entretanto o que realmente prende o leitor é as pistas que vai surgindo junto com o fato de queremos saber se Joe está ou não vivo.

Sabe aquele Livi que você considera tão, mas tão bom que não importa o quanto escreva sobre, é como se você não fizesse jus a obra? É como estou me sentindo agora. Eu quero indicar esse livro a todo mundo que conheço e até a aqueles que não conheço. Por favor, deem uma chance a esse livro, juro que não se arrependeram.

Uma leitura chocante, dinâmica, facilmente devoráveis, com personagens ambíguos o que aumentará suas desconfianças, um enredo instigante, um autor brilhante e um final que te deixara sem chão.

Beijos e até o próximo post!

Novembro foi um mês super tranquilo para mim, li coisas muitos legais e (quase) nenhuma decepção. No total, li dez livros, sendo quatro em formato ebook e seis físicos. Pela primeira vez aqui no blog, o post de resumos do mês foi ao ar depois de algumas resenhas terem sido postadas, por isso se se interessarem por algum livro irei deixar o link da resenha ao lado.

Tem alguns meses que bati minha meta de cinquenta livros no ano, mas já que batemos a meta, o negócio agora é dobrar, então rumo aos 100, será que consigo? Continuem acompanhando para saber haha.

• Beijo de Sangue, vampiro + romance = combinação perfeita! Esse é o primeiro livro da série e que abertura maravilhosa, gostei muito do casal protagonista e não vejo a hora de lançarem por aqui o segundo volume. (resenha aqui)

• O Quarto da Cura, o último volume de uma trilogia e teve um final muito bom. A protagonista desse livro me dava nos nervos desde que a conheci no volume anterior, porém, graças aos céus ela passou por uma enorme mudança.

• Eu, você e a garota que vai morrer, eu gostei do começo desse livro, mas se pudesse classificá-lo seria como besteirol, real! É o tipo de livro que lemos quando queremos dar uma aliviada nos dramas ou quando estamos passando por uma ressaca, já adianto que tem situações aqui que podem incomodar bastante alguns leitores.

• Herói nas Highlands, para mim esse livro é um romance histórico, pois estou acostumada com aqueles romances de época onde o foco é só o romance. Enfim, eu gostei muito desse livro, a começar pela protagonista que é f#d%, pensem numa mulher determinada e empoderada, além disso o romance é incrível. (resenha aqui)

• Uma razão para respirar, nunca chorei tão pesado por conta de um livro. Fiquei muito mal durante essa leitura, fique angustiada, com raiva e muito machucada, mas não me arrependo em momento algum de ter lido esse livro, ele é emotivo e mistura muito bem universo YA com o drama mais pesado. (resenha aqui)

• A Grande Ilusão, estava na metade do livro e procurando o livro maravilhoso que tantos falaram que esse livro era, já dava como certo que seria um livro bacana, porém não incrível. Contudo, é Harlan né mores, e ele criou uma história e um desfecho fantástico, maravilhoso, um excelente plot twist, ainda me pego pensando na história.

• Confesse, não é o melhor livro da CoHo, entretanto a autora faz jus a sua fama e fiquei envolvidissima com esse livro e seu desenrolar, confesso que chorei um pouco com esse livro, só que senti falta de um drama mais trabalhado, porém não é um livro ruim, era só eu que estava esperando uma carga dramática pesadíssima.

• Os bons segredos, meu primeiro contato com a Sarah foi diferente do que eu esperava, por ser um YA estava esperando algo bem divertido e leve, no entanto a autora trabalhou questões muito maduras na história, e sim, tem cenas que são divertidas e leves, porém eu pensava que seria o tempo todo assim, sabe. 

• O jogo do amor e da morte, demorei muito para terminar essa leitura, o começo desse livro não me prendia, eu não me sentia conectada aos personagens, mas a premissa era muito intrigante e valeu super a pena eu ter insistido na leitura, pois terá um trabalho muito legal sobre o amor e a morte.

• Bound by Temptation, amo histórias de máfia, ao contrário do que eu esperava, esse livro foi em sua maior parte divertido, sexy e muito fluido, não estou reclamando, apenas queria mais carnificina, o que acredito que ficará para o próximo volume, é uma pena nenhuma editora ter lançado esses livros por aqui, são viciantes.

Beijos e até o próximo post!

Autor (a): Rebecca Donovan

Editora: Pandorga

Ano: 2014

ISBN: 9788561784324

"Ele não devia prestar atenção em mim e eu tentava, sem sucesso, ignorá-lo. Mas ele chegava a mim e acho que ele sabia — e isso parecia alegrá-lo."

Emily Thomas perdeu o pai e em seguida a mãe, ela não morreu, porém seu vício em bebidas alcoólicas a afastou da filha, que foi obrigada a morar com seu tio George, irmão do pai de Emma, e sua esposa Carol. Tudo na vida de Emma foi drasticamente mudado, a nova coisa que ficou foi sua amizade com Sarah.

Emma mora com os tios e dois primos pequenos, num bairro de classe média, lá ela é obrigada a fazer todas as tarefas, caso não as fizesse era castigada brutalmente por Carol, pelo menos era assim no começo. Carol agora a espanca por qualquer besteira, se Emma passar muito tempo em casa ou muito tempo fora, ou até mesmo se alguma das crianças presenciarem os atos violentos.

Sarah desconfia do que está acontecendo na casa de Emma, mas ela sempre desconversa e muda de assunto. A situação fica tão crítica e as mentiras de Emma pouco convincentes, que Sarah descobre a verdade é tenta convencê-la a denunciar, contudo, Emma nega veemente e explica que apesar de Carol ser horrível com ela, não é assim com as crianças e não quer deixá-las sem os pais.

Em paralelo a esse drama, chega a escola de Emma um aluno novo, do qual ela não conhecia por ser focada demais em concluir a escola só com notas boas e tentar ganhar uma bolsa de estudos. Evan Matthews não é alguém que pode ser ignorado, e não só por ser bonito, algo nele provoca os mais diversos sentimentos em Emma. Ele é a faísca que reacenderá sua esperança, ela só não descobriu isso ainda.

"Descobri-me sorriso mais e mantendo seu olhar por mais tempo. Era como se o estivesse notando pela primeira vez, tudo de novo. Mas dessa vez, sabia que ele também me notava."

Meu deus! Acabei de terminar esse livro, lágrimas estão escorrendo pelo meu rosto e mal vejo a hora de terminar essa resenha para pegar o próximo livro. Quando comprei esse livro a dez reais na bienal, eu sabia que era um livro sobre violência doméstica, só não esperava o quão angustiante fosse fazer essa leitura. Mas, apesar disso, quero deixar registrado que sim, eu indico esse livro.

Emma é um ótima aluna, pratica três esportes, faz parte de vários clubes e só tira notas boas. Além disso, ela lida muito bem com sua situação, não é chegada ao mimimi e encara tudo bravamente. A coisa que mais me admirou foi sua esperança, era uma esperança ferrenha, que a sustentava durante a mais feia e brutal violência sofrida, Emma também e realista e focada, não deixava nada ficar entre seu objetivo de um dia sair daquela situação.

Evan não era só um cara bonito e rico, ele se preocupava com ela e fazia o possível para não deixar que Emma se fechasse em um casulo. Mesmo ele sentindo mais do que uma amizade por ela, viu que ter um namorado não era o que ela precisava, então se resignou a ser amigo. 

Sarah não foi uma personagem que me agradou de cara, achava ela um tanto fútil no início, conforme os perrengues de Emma vão crescendo, ela acabou mostrando um lado seu que despertou minha empatia, imaginem um (a) amigo (a) passar por uma situação dessas e você não poder fazer nada?

 O livro é um YA e na maior parte do tempo veremos os elementos do gênero aparecendo, como o romance de densevolvendo entre Emma e Evan e as consequências disso. A narrativa é muito leve nessas cenas, você lê que nem sente o tempo passar, o problema — que não é um problema de fato — é quando chega nas cenas de violência, a Rebecca escreveu com tanta maestria e veracidade que partiu meu coração em várias cenas, para terem uma noção do quanto esse livro mexeu comigo, tive que parar a leitura porque não conseguia parar de chorar, e não, não foi aquele choro bonitinho com algumas lágrimas escorrendo, foi algo mais doloroso, a ponto de soluçar. Para mim, a autora conseguiu não só passar sua mensagem, como nos colocar no lugar da protagonista.

O romance que há nesse livro, ao meu ver, foi inserido para nos mostrar que precisamos de um porto seguro, alguém em quem confia nossos piores defeitos, segredos e o dia-a-dia. Evan foi o que Emma precisava para lutar com ainda mais força para se livrar daquilo. Além do que, acho que a autora quis quebrar um pouco da tensão contida na história, já que tudo é fofo e divertido (na maior parte do tempo) no relacionamento deles.

Um ótimo desenvolvimento, uma temática difícil, dolorosa, angustiante é brutal, uma escrita cativante que nos transporta para dentro do livro, persongens odiosos, carismáticos, fortes e marcantes. Uma história construída de maneira maravilhosa e um enredo chocante, Uma razão para respirar te levará do choro ao riso e vice-versa num piscar de olhos.

Beijos e até o próximo post!

Recentemente li O jogo do amor e da morte, em breve terá resenha por aqui, mas, enquanto isso não acontece, trouxe alguns quotes que marcaram bastante a leitura, pois se tem um coisa em que o livro é bom é nas citações.

"Mas o som da voz dela o prendeu ao chão. Fez com que ele sentisse que alguma coisa tinha entrado sob sua pele e estava amolecendo tudo que não era essencial, direto de seus ossos."

"Algumas pessoas, como algumas músicas, simplesmente são mais que a soma de suas partes."

"O amor não era algo que você pudesse ver ou tocar. Ele vivia totalmente dentro de você, invisível. E mesmo assim podia mudar tudo."

"Por que escolher o medo em vez do amor? Em que mundo isso faz sentido?"

"A vida é uma condição temporária, Henry. E incerta. É por isso que temos que aproveitar as chances quando as encontramos. Buscar o que queremos. Assumir riscos. Viver, amar... tudo isso. Todos nós, sem exceção, vamos morrer, mas, se não vivermos como realmente queremos, se não ficarmos com que queremos, já estamos mortos."

"Se fomos nós contra o mundo, aposto meu dinheiro em nós."

"Às vezes eu acho que crianças são muito mais espertas que qualquer um de nós quando se trata de amar. Elas não duvidam. Nem por um segundo. E não duvidam que são amadas também. Alguma coisa acontece quando a gente cresce. O infortúnio nos atropela. Esquecemos como é simples amar sem jogar a vida toda no fogo. Trocamos o amor pelo medo. Não estou mais disposto a fazer isso."

"Eu teria lutado por você. A cada segundo que a gente ainda pudesse ter."

"Com ou sem jogo, ela ia morrer um dia, como todos os seres vivos. Mas essa não era a tragédia. Também não era tragédia ser um peão. Todas as almas são, se não seres eternos, peões de seu próprio corpo. O jogo, não importa a forma, só dura enquanto o corpo aguentar. A tragédia, todas as vezes, é escolher outra coisa que não o amor."

Beijos e até o próximo post!

Autor (a): Suzanne Enoch

Editora: Gutenberg

Ano: 2017

ISBN: 9788582354605

"— Vá embora — ela repetiu e se virou para empurrar a vaca de novo. Se ela conseguisse empurrar a Vermelha para fora da lama, ele não teria motivos pra se aproximar mais. Porque se ele a tocasse, coisas más aconteceriam. Ela teve uma certeza repentina disso."

Gabriel Forrester é major do exército britânico, ele é conhecido como a Fera de Bucaço, por seu completamente inabalável no campo de batalha. Major perdeu os pais e seu único parente é a irmã mais nova, Marjorie, assim ele pensava. Durante sua folga, ele foi chamado até a tenda do seu comandante, Wellington. Ele achava que iriam discutir o desempenho na última batalha, eme que Gabriel foi contra a ordem do General. 

No entanto, o que lhe foi revelado não foi só surpreendente, foi chocante também. Gabriel descobriu que um tio distante — com que obviamente não tinha contato — morreu e deixou-o como herdeiro, agora ele é o novo Duque de Lattimer, com propriedades na Inglaterra é um castelo na Escócia. Os advogados responsáveis pelo testamenteira afirma existir uma maldição nas terras da Escócia e acreditam que isso será um problema, Forrester nunca foi supersticioso, então ele mesmo junto com seu assistente irão a propriedade resolver qualquer pendência.

No meio do caminho até a propriedade uma cena inusitada interrompeu a viagem, uma mulher de estatura pequena e uma vaca atoladas na areia movediça. Gabriel ajuda a resgatar a moça, porém ela não fica muito grata. Imediatamente, eles começam a discutir e logo Gabriel vai embora.

Horas depois, ele e Kelgrove se dão conta de que estão indo pelo caminho errado. Quando finalmente chegam ao castelo, Gabriel descobre que a moça que resgatou é a pessoa responsável pela administração do castelo, e que além de ter lhe enviado pelo caminho errado, ela é a causa dele ter ido até ali. Fiona Blackstock será a perdição ou a salvação do Major Forrester?

"Se você acredita em mágica, Srta. Blackstock, é opção sua. Mas eu sugiro que me deixe lhe mostrar algo mais tangível."

Eu estava esperando um romance de época e acabei me deparando com um histórico, e apesar de eu ter lido esse gênero recentemente, esse livro é completamente diferente. É um livro que misturou vários elementos para se tornar uma leitura interessante e que conseguiu alcançar seu objetivo.

Gabriel é é sempre será um soldado, ter ganhado um título de Duque não mudará sua natureza e mesmo gostando de ver mudanças nos personagens, ele já era alguém admirável, só se tornou ainda melhor. Tudo o que ele se presta a fazer, faz com grande determinação, até mesmo quando não é bem vindo, como é no início da história.

Fiona é uma força da natureza, dona de uma inteligência, teimosia e persistência sem igual. Ela não é só determinada, é algo muito maior. O legal na personagem é que ela não é parecida com nenhuma outra mocinha do gênero, a começar por não pertencer a aristocracia, ela é do Clã Maxwell e tem bem mais liberdade para ser quem é.

Há muita tensão sexual entre eles, o que proporcionará ao leitor momentos muito engraçados, a dinâmica entre eles é um ponto forte do livro, porque apesar de ser um livro que se passa no século passado, não tem todas aquelas restrições e o machismo é menor, entretanto o livro não forte do que o então pede, a autora encontrou um meio-termo. O romance é uma variação de figura e sedução, eles estão constatemente se provocando e se pegando, mas nada enfadonho, pelo contrário.

Esse livro terá altas tretas, se lembram da maldição que citei ali em cima? Tem todo um mistério por trás, o que deixa a história ainda melhor. Os leitores logo descobrem a verdade por trás da maldição, o ruim disso é que ficamos a ponto de esganar certos persongens, isso só piora porque os mocinhos não sabem e passam o maior perrengue por conta disso. 

A narrativa muda de ponto de vista, as vezes é Fiona e outras Gabriel que narra, eu gosto bastante desta forma de narração, principalmente porque narração em terceira pessoa quando há muitos personagens da uma ampliada na visão do leitor. A escrita da autora é muito boa também, mesmo depois de ter fechado o livro me senti envolvida no universo da história. Além disso, a construção e o desenvolvimento estão maravilhosos, a Suzanne soube como trabalhar a história.

Eu me vi envolvida nesse livro como se fosse uma personagem, senti a indecisão diante a dúvida sobre que caminho seguir do Gabriel, a impotência da Fiona por não ter recursos o suficiente para manter a todos os moradores do castelo seguros e alimentados, senti a frustração e o choque diante das desgraças que aconteceram, mas, também, senti amor, alegria e esperança.

O nome do livro poderia facilmente ser trocado para Heroína nas Higlhands, todavia vocês terão que ler para dizerem se concordam ou não comigo. Um livro fluído, cativante, alegre, romântico e que te manterá grudado até a página final.

Beijos e até o próximo post!